sábado, 8 de agosto de 2015

Tarifas de ônibus seriam menores se governos subsidiassem gratuidades que criam

“A definição das fontes de custeio para os inúmeros benefícios tarifários existentes no Transporte Público coletivo urbano, pleito setorial antigo de toda a comunidade dos transportes, está longe de ter uma solução eficaz e definitiva no Brasil”. A afirmação é do diretor institucional da Associação Nacional de Transportes Urbanos, Marcos Bicalho. 
Ele lembrou que a gravidade da questão reside no fato de que as inúmeras legislações federais, estaduais e municipais que criaram esses benefícios sociais não tiveram o cuidado de estabelecer quem deveria pagar a conta. Um exemplo é a própria Constituição Federal de 1988, que estabeleceu a gratuidade para os idosos a partir dos 65 anos, mas se omitiu nesse aspecto, quando poderia ter remetido o assunto à regulamentação posterior. 

Marcos lembrou que as referidas omissões representam hoje um custo extra para o setor de transporte coletivo urbano por ônibus da ordem de mais de R$ 5 bilhões por ano. “Por mais incrível que possa parecer, um serviço público essencial, conforme definido na própria Constituição Federal, em vez de receber recursos dos orçamentos públicos, é obrigado a repassar essa conta de bilhões de reais por ano ao lado mais fraco para subvencionar políticas públicas nas áreas de assistência social, educação e outras”, destacou. 

Para Marcos Bicalho, é necessário antes de tudo reconhecer que o problema é grande e a solução não é fácil e que os caminhos para resolvê-lo não podem continuar ignorando as distorções existentes, ou seja, os recursos públicos que venham a ser alocados para pagar os benefícios tarifários no Transporte Público urbano têm que ser originados e carimbados de acordo com a área beneficiada. “Em outras palavras, para clarear, recursos destinados a cobrir despesas com passes estudantis são recursos para a educação e não para o Transporte Público. A gratuidade dos idosos tem que ser coberta com recursos alocados à assistência social e não ao transporte”, esclareceu. 

Com informações: Cândido Nóbrega

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