Pressionado pela queda do número de usuários e pela necessidade de aumento das tarifas, o Transporte Público brasileiro busca uma saída para um desafio que também onera o sistema: a gratuidade. Idosos, pessoas com deficiência, estudantes e algumas categorias especiais de trabalhadores, como carteiros e policiais, têm o direito de circular gratuitamente, ou com desconto, no Transporte Público, garantido por leis federais, estaduais e municipais.
Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes (NTU), o impacto é, em média, de 16,7% no país. “A gratuidade do Transporte Público pesa no bolso de quem menos pode: o trabalhador ou o desempregado. Não se discute a conveniência da gratuidade, mas sobre a fonte de recurso que banca o benefício”, afirma Otávio Cunha, presidente da NTU.
“A pauta da discussão da gratuidade é que o poder público pague pela gratuidade, embora ela represente um pedaço pequeno da política tarifária, sem levar em conta que a economia depende da mobilidade das pessoas para trabalhar e consumir e que o transporte faz parte do processo produtivo”, diz Rômulo Orrico, da UFRJ.
O maior desafio da indústria de Transporte Público é a produtividade. Dos anos 90 para cá, a velocidade média dos ônibus caiu de 25 km/h para 15 km/h. A precariedade do serviço e as mudanças econômicas ajudaram a mudar o perfil. Em 1977, 67% das pessoas se locomoviam com Transporte Público. Hoje, são 28,4%. Em nove capitais pesquisadas pela NTU a queda de demanda de usuários foi de 24,4% desde 1994. De 2013 a 2016, a quantia de passageiros de ônibus, trem ou metrô caiu 18,1%.
Fonte: NTU
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