segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Brasil perde três milhões de passageiros de ônibus por dia, revela NTU

Três milhões de passageiros deixaram o sistema de transporte por ônibus em um ano. Essa é a constatação do levantamento anual sobre o desempenho do setor de ônibus urbano, feito pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Na análise, foi constatada uma redução média acentuada de 9% no número de passageiros transportados por mês em 2015 comparado com 2014.  

Segundo o levantamento divulgado, houve perda de 34,4 milhões de passageiros/mês em 2015, no comparativo com o ano anterior. Para chegar ao número diário de queda na demanda, a NTU estendeu o cálculo da média de 9% às outras cidades brasileiras para obter a queda nacional de usuários. O presidente da NTU, Otávio Cunha, reconhece que o número é preocupante, mas afirma que condiz com a realidade do setor. 

Crise econômica, redução do ritmo de investimentos em priorização do transporte público e aumento dos custos das tarifas são alguns dos motivos desse cenário de crise nos serviços de ônibus urbano no país, segundo o presidente. “Nós aumentamos a oferta de serviços, temos investido em novas tecnologias, mas mesmo assim não conseguimos atrair passageiros”, reforça. Para Otávio Cunha, a ausência de políticas públicas que tirem da tarifa o ônus de absorver os principais custos do sistema é o grande vilão desse ciclo vicioso em que o setor vive há mais de 20 anos. “Com essa prática, o maior prejudicado continua sendo o passageiro. E como não há outra fonte de recursos para subvencionar o transporte público, os aumentos tarifários pesam no bolso e mesmo assim são insuficientes para melhorar a qualidade do serviço ofertado”, esclarece. 

De acordo com Anuário 2015/2016, o principal indicador de produtividade do transporte público, o Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK), traz indícios importantes sobre a crise de produtividade que se abateu sobre o setor. O IPK teve redução de 9,6%, no comparativo entre 2014 e 2015, indicando que apesar do aumento da oferta (km), o sistema teve queda no número de passageiros pagantes. Com relação à diminuição do número de passageiros pagantes por veículo por dia, o índice de 7,5% acompanhou a queda registrada na demanda. Segundo o levantamento, o indicador possui registros de queda desde o início da série histórica. E, em comparação com 2014, o ano de 2015 registrou uma variação negativa maior do que aquelas ocorridas em anos anteriores. O índice ainda significa que a capacidade ofertada dos veículos não é aproveitada eficientemente.

Fonte: Jornal do Commercio

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