terça-feira, 10 de março de 2015

Assaltos a ônibus assustam usuários de transporte público em João Pessoa

A bibliotecária Canmery Dautro subiu no ônibus da linha 507-Cabo Banco num domingo, em João Pessoa. O veículo seguia seu itinerário normal até sair do Terminal de Integração do Varadouro, quando quatro homens levantaram-se e anunciaram o assalto. Armados com gargalos quebrados de garrafa, dois deles dirigiram-se ao motorista e ao cobrador enquanto os outros dois recolhiam os pertences dos passageiros do coletivo. Durante toda a ação, mostravam-se impacientes; um deles se irritou tentando arrancar um colar do pescoço de um dos passageiros. Minutos depois de anunciado o assalto, eles saíram do veículo levando celulares, dinheiro e outros objetos. “Pensávamos que tinha acabado, mas eles ainda jogaram as garrafas de vidro contra o ônibus”, conta Canmery, que perdeu o celular durante o roubo. “Todos que estavam dentro entraram em pânico. Achávamos que eram tiros”, relata. 

Depois que o grupo se dispersou, o motorista do ônibus voltou ao Terminal de Integração, onde pediu ajuda no posto policial do local. “Só tivemos alguma assistência quando chegamos ao terminal”, conta Canmery. “Durante as viagens não temos segurança nenhuma. Ando sempre com medo”, desabafa. A situação vivida pela bibliotecária retrata a rotina de milhares de pessoenses que utilizam o transporte público diariamente. 

Segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana do município (Semob-JP), 281.299 pessoas trafegam nos 480 ônibus do sistema municipal todos os dias. Na última quarta-feira (4) o Núcleo de Análise Criminal e Estatística da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) divulgou os dados referentes à quantidade de assaltos no transporte público de João Pessoa. De acordo com os números, os assaltos a ônibus na cidade caíram 54,1% entre os anos de 2013 e 2014: naquele ano foram verificados 973 assaltos; em 2014, o número de casos caiu para 446. Os dados relativos a janeiro e fevereiro de 2015 devem ser divulgados ainda neste mês. No entanto, a redução no número de ocorrências não reflete a realidade, muitos dos assaltos praticas nos coletivos não são notificados às autoridades. "É provável que essas subnotificações de fato existam", afirma o delegado Marcos Vilela, da 1ª Superintendência Regional de Polícia Civil. "Muitas pessoas não querem se dar ao trabalho de ir até as delegacias por achar que o objeto roubado não vale o esforço ou que a polícia não vai resolver o caso", explica. 

Fonte: Jornal da Paraíba

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