A semana dedicada ao trânsito, nas cidades brasileiras, fez emergir, de maneira cada vez mais saliente e instigante, a problemática dos transportes e da mobilidade urbana.
Apesar dos visíveis avanços na percepção desse tema relativamente recente, na direção da multidisciplinaridade, ainda persistem posições pouco dinâmicas sobre a mobilidade, restringindo-se a aspectos estritamente técnicos ligados à circulação de veículos.
A acessibilidade (ofixo) e a mobilidade (o fluxo), associadas ao campo transportes urbanos, também constituem seus sistemas, relacionados à ocupação e ao uso da terra urbana, no processo de produção e apropriação do espaço da cidade. Reconhece-se que a acessibilidade engloba basicamente três escalas territoriais interligadas: macroacessibilidade, como possibilidade de atravessamento da cidade como um todo; mesoacessibilidade, escala funcional intermediária de ligação entre setores urbanos, ou intrassetorial, ou ainda entre áreas – bairros e vias principais e/ou coletoras, e microacessibilidade, de ligação direta a pontos locais da cidade.
Por sua vez, a mobilidade engloba os deslocamentos (circulação) que ocorrem na cidade, tendo como referências um ponto de origem e um ponto de destino.
Diferentes fatores parecem interferir na mobilidade das pessoas, a exemplo da classe e da renda, a idade, a ocupação, etc., estabelecendo relações com as desigualdades sociais e a segregação. Como um conceito igualmente amplo, a mobilidade apresenta-se como um fenômeno multifacetado, com dimensões nos níveis social, econômico, político e cultural, indicando também práticas sociais dinâmicas de atores urbanos no espaço, que buscam se inserir nos mais variados setores que a cidade oferece.
Fonte: ANTP
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