quinta-feira, 10 de novembro de 2016

É assustadora a crise no transporte coletivo (II)

Recentemente aqui foi publicada a primeira parte do que titulamos “É assustadora a crise no transporte coletivo”, em cujos escritos evidenciamos dados de uma pesquisa feita pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos). 

Para ilustrar localmente esse problema, que obviamente tem repercussão econômica negativa, dissemos que em começo dos anos 2000 aqui em João Pessoa a frota do transporte coletivo era de 357 ônibus que mensalmente transportavam cerca de 10 milhões de passageiros. Agora, ano 2016, com uma frota de 472 veículos (115 ônibus a mais), só consegue transportar aproximadamente 7 milhões de passageiros. Porém, um outro motivo dessa crise no transporte coletivo é a falta de eficiente fiscalização contra os transportes clandestinos, impropriamente também chamados de “alternativos”. 

Essa falta de fiscalização eficiente não é de agora. Há mais de 20 anos atuando profissionalmente neste setor, o que sempre temos ouvido, dos respectivos órgãos gestores do transporte público, é que não contam com uma estrutura funcional compatível para a realização desse serviço fiscalizatório. Não contam… não têm… continuam sem contar… e, fato é que a cada dia os “clandestinos” mais vão invadindo as ruas, como a desafiarem as autoridades constituídas. Alias, “clandestinos” é apenas uma forma de dizer, porque conceitualmente não o são, vez que não se escondem para a realização de suas viagens e até parecem ironizar do setor legal que paga os impostos públicos e que têm de cumprir horários e percursos, faça chuva, faça sol, faça até madrugada, existam passageiros em quantitativo compatível ou não para essas viagens! 

Várias empresas legais, Brasil afora e Brasil adentro, já encerraram suas atividades por causa do transporte clandestino. Aqui, bem pertinho de João Pessoa, cidade de Bayeux, as recentes notícias são as de que a empresa responsável pela linha intermunicipal Bayeux/João Pessoa, empresa que já teve o nome Wilson e de algum tempo pra cá passou a denominar-se Metro, esta, “cercada de clandestinos por todos os lados”, está “pedindo socorro”.

por Mário Tourinho

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