O novo superintendente de Mobilidade Urbana de João Pessoa, engenheiro Carlos Batinga, foi taxativo ao responder uma pergunta, no programa Tambaú Debate, sobre a possibilidade de solução para os problemas de engarrafamento e lentidão no tráfego nos principais corredores da cidade. Não existe solução. Foi a resposta.
Mais especificamente: não existe solução para quem usa, diariamente, carro de forma individual ou para o transporte exclusivo de familiares. As estatísticas apontam que apenas 30% da população usam carro para o transporte individual. Mas é o suficiente para provocar o caos. Os outros 70% usam o transporte público.
O problema é que, em João Pessoa, esses 30%, algo em torno de 217 mil pessoas, podem representar cerca de 220 mil carros nas ruas, que é nossa frota aproximada, sem contar caminhões, ônibus, micro-ônibus e motocicletas.
No máximo, de acordo com Batinga, é possível algumas melhorias paliativas, como as vias alternativas, os binários e outras manobras técnicas. A rigor, porém, nada mudará substancialmente sem mudanças na cultura e hábitos dos pessoenses e brasileiros, corrigindo uma grave distorção estimulada pelo Estado, que foi o uso do transporte particular em detrimento do transporte público.
Carlos Batinga reforçou implantação do BRT em João Pessoa. |
Mas nem tudo está perdido. O novo superintendente da Semob está prometendo dois planos para melhorar a mobilidade urbana em João Pessoa. Um de curto prazo, com medidas técnicas mais urgentes. Outro, de médio prazo, com intervenções mais profundas, como a implantação do BRT, por exemplo. O objetivo é melhorar e implantar a cultura do transporte público e coletivo.
Nos dois planos, a gestão Batinga na mobilidade urbana promete investimentos mais robustos da educação de trânsito, o único caminho capaz de mudar a equivocada cultura de transporte no Brasil e, particularmente, na Paraíba. Na verdade, somos meio analfabetos neste ponto.
Fonte: ANTP
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