Em pleno verão, com temperaturas atingindo mais de 30ºC em João Pessoa, com sensação térmica ainda maior, os usuários de ônibus sofrem o calor dentro dos coletivos. Apesar de alguns aparelhos de ventilação terem sido instalados em alguns veículos, nenhum dos 460 ônibus das empresas habilitadas a circular na capital possuem ar-condicionado. Além do desconforto, algumas doenças podem ser transmitidas pela pouca circulação de ar nos veículos, alerta especialista. Segundo a dermatologista Francisca Estrela, a prevenção é dificultada
pela falta de opção da população, que precisa se submeter aos veículos
lotados e com muito calor, o que favorece o aparecimento desta doença
bem como de micoses.
Josefa Adriana Nunes, 26 anos, é dona de casa e três vezes por semana sai de onde mora, Gramame, e vai ao Centro de João Pessoa, carregando nos braços a filha, de 1 ano e dois meses, de ônibus. Ela contou que, por morar muito longe da área central da cidade, o sofrimento é muito grande, desde a espera pela chegada do veículo, até a viagem.
“Os ônibus são muito abafados. Diversas vezes, os passageiros abrem as janelas e a ventilação do teto, mas isso não é suficiente. Quem está na cadeira do canto tem que vir pendurado nas janelas para ver se pega um vento, como eu ando com criança, o jeito é suportar o calor”, acrescentou.
O sofrimento com o calor é ainda maior para motoristas. Muitos profissionais passam mal e para evitar que isso ocorra, eles carregam consigo garrafas de água para garantir a hidratação durante o trabalho.
“Se lá fora, os termômetros dizem que está fazendo 30º C, dentro do carro, ao lado do motor, a temperatura é bem maior. Há 16 anos que eu trabalho no quentão, já estou até acostumando. Para tentar aliviar carrego comigo sempre uma toalhinha para secar o rosto, e uma garrafinha de água do lado para beber toda hora”. explicou Eugênio Hortêncio.
por Vanessa Furtado
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