Trabalhar como operador de ônibus de João Pessoa não se trata somente de uma oportunidade de emprego e inserção no mercado de trabalho, mas de enfrentar o medo. A onda de violência assusta passageiros e os 3.500 profissionais que precisam se dedicar à jornada diária nos transportes coletivos, em meio aos mais de 400 assaltos contabilizados pela AETC, em 10 meses. Porém, isso não impede que as vagas sejam rapidamente preenchidas.
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Reprodução Portal Correio |
Uma senhora de 63 anos que mora no bairro do Cristo, Zona Sul da Capital, viu o neto dela ser uma das vítimas dos assaltos a ônibus por três vezes, em apenas 30 dias. O jovem de 22 anos não pensou duas vezes e preferiu largar o emprego porque não suportava mais ficar na mira das armas dos bandidos que aterrorizam nos transportes urbanos. Além disso, ela fala ainda que o neto tinha muitas dificuldades de lidar com vândalos que pulam as catracas, ligam som alto e fazem baderna em algumas viagens.
Já outro jovem de 19 anos diz que não tem medo de trabalhar como operador de transporte coletivo porque precisa ganhar dinheiro para iniciar a independência financeira e se apega nas crenças religiosas para trabalhar com segurança.
O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de João Pessoa, Antônio de Pádua, diz que a rotatividade de profissionais nas empresas está em torno de 200 por mês, entre demissões e contratações. Ele fala ainda que apesar de existir preocupação com a segurança, pelo menos 500 pessoas estão numa 'fila de espera' nos bancos de dados das empresas, aguardando a oportunidade de conquistar uma vaga de motorista ou cobrador.
De acordo com Antônio de Pádua, o salário de um cobrador é R$ 980. Para trabalhar na função, o interessado precisa ser maior de 18 anos e ter, no mínimo, o Ensino Fundamental completo. Para motorista, os vencimentos chegam a R$ 1.855, mas é preciso ter outros requisitos mais específicos, como Carteira de Habilitação categoria D ou E e um curso de capacitação para transporte de passageiros.
Fonte: Portal Correio
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