segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Medo da violência provoca rotatividade de 200 operadores por mês nas empresas de ônibus

Trabalhar como operador de ônibus de João Pessoa não se trata somente de uma oportunidade de emprego e inserção no mercado de trabalho, mas de enfrentar o medo. A onda de violência assusta passageiros e os 3.500 profissionais que precisam se dedicar à jornada diária nos transportes coletivos, em meio aos mais de 400 assaltos contabilizados pela AETC, em 10 meses. Porém, isso não impede que as vagas sejam rapidamente preenchidas. 

Reprodução Portal Correio
Uma senhora de 63 anos que mora no bairro do Cristo, Zona Sul da Capital, viu o neto dela ser uma das vítimas dos assaltos a ônibus por três vezes, em apenas 30 dias. O jovem de 22 anos não pensou duas vezes e preferiu largar o emprego porque não suportava mais ficar na mira das armas dos bandidos que aterrorizam nos transportes urbanos. Além disso, ela fala ainda que o neto tinha muitas dificuldades de lidar com vândalos que pulam as catracas, ligam som alto e fazem baderna em algumas viagens. Já outro jovem de 19 anos diz que não tem medo de trabalhar como operador de transporte coletivo porque precisa ganhar dinheiro para iniciar a independência financeira e se apega nas crenças religiosas para trabalhar com segurança. 

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de João Pessoa, Antônio de Pádua, diz que a rotatividade de profissionais nas empresas está em torno de 200 por mês, entre demissões e contratações. Ele fala ainda que apesar de existir preocupação com a segurança, pelo menos 500 pessoas estão numa 'fila de espera' nos bancos de dados das empresas, aguardando a oportunidade de conquistar uma vaga de motorista ou cobrador. 

De acordo com Antônio de Pádua, o salário de um cobrador é R$ 980. Para trabalhar na função, o interessado precisa ser maior de 18 anos e ter, no mínimo, o Ensino Fundamental completo. Para motorista, os vencimentos chegam a R$ 1.855, mas é preciso ter outros requisitos mais específicos, como Carteira de Habilitação categoria D ou E e um curso de capacitação para transporte de passageiros.

Fonte: Portal Correio

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