O sonho de modernidade se transformou no pesadelo da imobilidade e, mesmo para a minoria que tem acesso aos automóveis, este modelo dá sinais de esgotamento. Há mais subsídio para a produção de automóveis do que de ônibus; e bilhões são gastos em obras para a inalcançável meta de “desafogar o trânsito”, enquanto corredores de ônibus não saem do papel.
No final de 2011, na abertura da reunião do Fórum Nacional de Transporte, em João Pessoa, o Governador da Paraíba, em sua fala, disse, mais ou menos literalmente a seguinte frase: “as políticas do Governo Federal de incentivo à indústria automobilística, ainda que tenham tido efeito benéfico para a economia, foram desastrosas para as cidades brasileiras”.
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Esforços inúteis! Obras viárias faraônicas, cada vez mais caras, prometidas como solução para os problemas do trânsito, têm vida útil cada vez mais curta, quando já não são inauguradas saturadas, em função do vertiginoso crescimento da frota de automóveis em circulação. Não há solução para o deslocamento diário de grandes quantidades de pessoas que não seja o transporte público, de qualidade e a preços acessíveis, para a população.
E, por fim, serão necessárias crescentes restrições econômicas (pedágio urbano) e operacionais (rodízio), destinadas a reduzir o uso do transporte individual. Como o espaço viário é escasso, ele precisa ser destinado para o uso dos meios mais eficientes de transporte, isto é, os que transportam um maior número de pessoas ocupando menos espaço.
Fonte: Artigo de Marcos P. Bicalho, consultor em planejamento de transportes da ANTP
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